segunda-feira, 20 de julho de 2009

O dilema da beleza tem solução? - As possíveis soluções para um mundo cada vez mais padronizado e que já estão sendo postas em prática.

É fácil dizer com o que estamos insatisfeitos em relação ao nosso corpo, sempre queremos ajeitar isso, mudar aquilo e no meio de tantas tecnologias novas para concertar as inúmeras imperfeições é difícil enxergar o que já está bom. Essa miopia e eterna insatisfação com a aparência são os frutos da corrida para alcançar o padrão de perfeição. Porém este “padrão” não nós é autêntico, em outras palavras, na maioria das vezes que achamos alguma coisa bonita, não é porque realmente gostamos, mas porque nos mandaram gostar, no caso a mídia.

Em resumo é ela, a mídia que dita às regras, regras sim, pois que não as segue é severamente punido com a exclusão social. As modelos e atrizes são a materialização dessa ditadura: magras, altas, cabelos lisos, olhos claros. Mas porque não valorizar a diversidade ao invés de contemplar um exército de clones?


Whitney Thompson a vencedora do Americas Next Top Mode diz: “Beleza é aceitação. Isto é ser bom com as outras pessoas e aceitar a si mesmo”
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvkHU2o7dVudeUnghOjeGC0d6v6_c85-vbaQ-HZiajNO82Y51kFs1OPUAa7suEFcXCymw3R_v3atLmNtJiag-WuQDvsV18HydQiAv9unWz0ho2HF8r9EwZkGkIaJXFjcN0x30f1wltRwiO/s1600-h/big2.bmp




A resposta a essa pergunta está na própria mídia que há pouco tempo tem se empenhado para promover campanhas e divulgar a beleza da “mulher real”. Apesar de esta ser mais uma jogada de marketing, não deixa de ser uma forma de crítica e de incentivar as pessoas de gostarem de si como são. Vale lembrar que a auto-estima não deve vir dos outros, pois como o próprio nome já diz de vê ser algo que vem de você, pois as mulheres que sentem bonitas ficam mais bonitas!

Hoje muitos programas de televisão e propagandas publicitárias têm em sua composição pessoas não tão magras, um exemplo disso é o reality show americano Americas Next Top
Model onde candidatas a modelo participam de competições para se tornar a mais nova modelo assinando um contrato com uma grande agenciadora. Em edições mais recentes o programa trouxe garotas de manequins maiores do que os de costume. A vencedora da décima edição Whitney Thompson tinha curvas definidas e peso bem longe de ser o de uma modelo magérrima de passarela. A modelo que foi entrevistada pela revista americana Seventeen, muito popular entre adolescentes, fez questão de afirmar que não importa o tamanho de sua roupa, mas se a pessoa se sente bonita e complementou “Eu não desfilo para melhorar minha carreira – mas para mudar a indústria. Eu não vou parar até mudar isso.”


Chloe Marshall, manequim 42, é candidata ao posto de Miss britânica

Fonte: site Ego
Outra a quebrar os padrões foi Chloe Marshall, 17 anos, manequim 42, 80 quilos e candidata a Miss Inglaterra. Ao tirar fotos em trajes de banho ela não se sentiu intimidada e disse que ama seu corpo. Em entrevista ao Daily Mail afirmou: “As pessoas parecem desesperadas para me verem falar que não estou feliz e que preferia ser magra, mas o fato é que não me mudaria de jeito nenhum.”

O filme Hairspray (2007), tem como atriz principal Nikki Blonsky, que também atuou em Uma rainha diferente (Queen Sized), ambos os filmes abordam a questão das aparências, além do preconceito com pessoas gordas. A marca Dove lançou propagandas com “mulheres normais”. O slogan da campanha “real beleza” tenta mudar a percepção bastante distorcida das mulheres, que não são poucas, de que a beleza só está nas “mulheres perfeitas” de comerciais.

Os exemplos ainda são poucos, por isso é preciso que haja um espaço maior para os diferentes tipos de homens e mulheres neste meio para que as pessoas possam se identificar com eles e perceber que também pode ser bonitas. Outra coisa fundamental é a capacidade crítica das pessoas, pois é preciso filtrar tudo que a mídia nos impõe, inclusive os padrões de beleza, além é claro de se sentir bem consigo mesmo.
A mídia pode sim contribuir ao realçar o que há de diferente, como foi visto, mas não existe uma única solução e nem uma receita caseira para se achar bonita, é preciso força de vontade e capacidade de perceber as suas qualidades e defeitos.

È bom lembrar que o dilema da beleza não é um problema individual, mas da sociedade atual como um todo. As maquinas já foram padronizadas, os produtos já foram padronizados, os serviços também já foram padronizados e agora estão tentando nos padronizar, então o que restará de nós?

Beatriz Kawasaki Meneses



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