segunda-feira, 20 de julho de 2009

Imagem e Auto-Imagem

A busca pela perfeição: O que ela traz. - “A prova de que a ‘perfeição’ está fora do alcance da humanidade para o proprio bem dela”.

A anorexia nervosa vem crescendo cada vez mais e envolve componentes psicológicos, fisiológicos e sociais. Ela afeta muitos adolescentes do sexo feminino mas tambem afeta alguns rapazes. No caso dos jovens adolescentes de ambos os sexos, poderá estar ligada a problemas de auto-imagem, dificuldade em ser aceito pelo grupo, especialmente se houver um quadro neurótico (particularmente do tipo obsessivo-compulsivo). A taxa de mortalidade da anorexia nervosa é de aproximadamente 10%, uma das maiores entre qualquer transtorno psicológico. A anorexia nervosa afeta muito mais pessoas jovens (entre 15 a 25 anos), e do sexo feminino (95% dos casos ocorrem em mulheres). Tem sido enfatizada, em debates populares, a importância da mídia para o desenvolvimento de desorderns como anorexia e bulimia, por alegadamente promover ela uma identificação da beleza com padrões físicos de magreza acentuada. O tratamento deve abordar o quadro psicológico, pois é nesse local que o psicólogo deve trabalhar. A anorexia vem sido mostrada atualmente em mulheres, mas, infelizmente, também afeta os homens.


É assustador imaginar que este debilitado rapaz é o saudável modelo da foto são a mesma pessoa. Pesando apenas 40 kg, Jeremy Gillitzer hoje é praticamente pele e ossos. Aos 36 anos Gillitzer desabafa: “Eu quero viver novamente”. Ele sofre de “manorexia”, termo popular para a anorexia, que afeta os homens. Pesquisas afirmam que a anorexia no sexo masculino é tão rara que afeta apenas 1 homem em cada grupo de 10 anoréxicos. “Eu quero servir de exemplo para todos, mas especialmente para os homens”, disse ele em uma reportagem ao site Inside Edition. “Os homens sofrem as mesmas pressões que as mulheres sofrem. Manter-se dentro de um padrão estético é difícil.” Gillitzer sempre foi um rapaz saudável. Cresceu como qualquer jovem da sua idade, e pela sua boa aparência, logo seus amigos sugeriram que ele tentasse ser modelo. Embora sempre afirmasse que ficava nervoso em frente a uma câmera, Gillitzer apareceu em inúmeros anúncios, a maioria deles destacando seu corpo atlético. A nutricionista Joy Bauer afirmou que o caso de Gillitzer não é o único. Segundo ela, a obsessão por uma imagem corporal perfeita é muito comum no sexo masculino, causando em alguns casos a anorexia. “A mesma coisa que as mulheres sentem ao olhar as revistas, os homens também sentem, quando vêem um corpo musculoso e dividido”. Gillitzer contou que a anorexia iniciou-se depois que ele passou por uma série de problemas pessoais. Ele começou a combinar exercícios rotineiros e cada vez mais frequentes, com uma dieta de fome. Ele habituou-se a comer apenas uma maçã e metade de um sanduíche, todos os dias. Naturalmente, em pouco tempo, os músculos tão comuns a ele desapareceram e seu corpo começou a definhar, juntamente com a queda de cabelo e de dentes. Ele afirma que hoje está tentando dar a volta por cima, mas admite que é muito difícil.
Outro exemplo de doença muito comum pela busca da perfeição é a bulimia. Este distúrbio psicológico provoca uma fome compulsiva, levando a pessoa a consumir grandes quantidades de alimento em um curto período de tempo. O que chama a atenção em pessoas com esta doença é pelo fato de às vezes possuírem belos corpos e que para não ganharem peso provocam o vômito, toma laxantes e diuréticos ou fazem exercícios de forma abusiva. A grande diferença de uma pessoa com anorexia e um bulímico é que o anoréxico é obcecado em manter a sua forma atual - ficar magro, chegando em pontos de desnutrição, enquanto o bulímico possui peso normal e faz dietas e/ou usam diuréticos com medo de engordar. A vida de um bulímico gira em torno de um ciclo vicioso, pois ele faz uma dieta rigorosa e um pouco depois inicia a compulsão de comer. A principal causa é a valorização do corpo magro como ideal de beleza. Em uma entrevista feita por Thiago Ribeiro, da equipe Brasil Escola, a doença tem tratamento, feito por uma equipe de psicólogos, nutricionistas e médicos.

A obseção por volume muscular também pode resultar em uma doença bastante grave, a vigorexia. Pessoas acometidas desta síndrome são pessoas que mesmo fortes fisicamente, ao se vizualizarem em espelhos, por exemplo, se sentem fracos, de maneira similar aos acometidos de anorexia, que ao se vizualizarem, sempre consideram-se gordos. Esta terrível doença predomina em pessoas do sexo masculino, mas também em indivíduos do sexo feminino, e em ambos os casos, predominantemente associado a prática de musculação e ao fisiculturismo. Os obsecados por volume muscular, podem, inclusive em função de seus próprios objetivos, passar a se exercitar adequadamente com vistas ao volume muscular, somar a excessiva ingestão de suplementos alimentares e mesmo anabolizantes de diversos tipos, além de outras substâncias com as mesmas finalidades.

Editorial


Sociedade da imagem e auto-imagem

Falar sobre a sociedade seria algo fácil de fazer se fosse simplesmente para pôr em crítica ações governamentais, ou tropeços de grandes figuras atuais, mas quando passamos a falar da imagem de cada cidadão perante a sociedade o assunto se complica. O propósito da nossa revista é trazer respostas. Será que todos têm aquela velha ‘mania’ de seguir um padrão de vida, um padrão de moda, um padrão de ações? A maioria dos casos afirma que sim, que as pessoas são propícias a fazer o que todos fazem, por medo de serem perpetuamente excluídas da dita sociedade, medo do preconceito, medo do diferente.
Todos pensam parecido quando entra aquele adolescente ‘rebelde’, todo vestido em preto, com um estilo meio ‘cemitério’ em um local privado, mas ninguém nunca se pergunta o por quê daquela pessoa tão jovem e com tanto ‘chão’ pela frente parecer tão triste e se vestir tão ‘escuro’. Os jovens de hoje em dia são tão pressionados pela sociedade, pelas empresas de beleza, pelo modo de vida dos pais, que não lhes resta nem opção de como agir ou pensar, é imposto a todos como se vestir, o que fazer, aonde ir e são justamente essas imposições que causam tantas rebeldias naqueles que ainda não se acostumaram, que acham tudo “ridículo”. Alguns acham legal, curtem a moda e se encaixam como uma luva no padrão de sociedade, outros se acham excluídos pelos amigos por serem diferentes, pensarem diferente e se vestirem diferente assim terminando como o jovem de preto, sozinho e triste.
A questão não é quem segue e sim a loucura dos que seguem e a exclusão dos que não seguem o padrão de imagem da sociedade. Existem pessoas doentes por moda e outras mortas por moda, tudo tem seu controle, mas fica a pergunta: Será que um jovem tão influenciável como outro qualquer pode sobreviver a esta febre sem sofrer qualquer conseqüência?
Por: Ylanna Fortes

Imagem e auto-imagem: Um moderno. - Psicopedagoga discute com nossa revista sobre esse tema que marca a sociedade de hoje.


A sociedade da imagem e da auto-imagem, um tema que, apesar de não ser diretamente discutido entre as pessoas que formam a sociedade atual, a afeta constantemente. Convidamos, então, a psicopedagoga Denise Dib para uma entrevista sobre o tema, que nos recebeu de braços abertos.

Qual a sua opinião sobre o tema: “A Sociedade da Imagem e da Auto-imagem”? Em minha opinião a questão da imagem na sociedade atual faz parte de um contexto, não se tratando de uma questão isolada. Acho que é a mistura da sociedade do “não dá tempo” com a sociedade do “vale quanto pesa”. Ou seja, cada vez investimos menos tempo em questões subjetivas e necessárias à formação das pessoas e aliado a isso somos bombardeados incessantemente por mensagens consumistas que estimulam o descarte e a superficialidade. Um dos resultados desta mistura que se percebe facilmente é valorização exagerada do “BELO” que tem interferido diretamente na auto-imagem das pessoas.

Psicologicamente falando, o que significa a obsessão das pessoas com relação às suas imagens diante da sociedade? O bombardeio de mensagens onde o sucesso está diretamente ligado a beleza vai reforçando a crença de que para ter sucesso é necessário corresponder a um padrão de beleza onde nada menos do que o perfeito é aceito. Ter sucesso normalmente significa ser aceito e/ou reconhecido e todos nós precisamos destas duas coisas em algum nível.
Não há problemas em gostar de si, querer se sentir bonito, cuidar da sua imagem, ou seja, ter uma boa auto-estima e conseqüentemente uma auto-imagem que construa a segurança necessária para o indivíduo viver em sociedade. O problema aparece quando a construção da auto-estima está centrada em padrões exclusivamente de ordem estética, pois ter a auto-estima estruturada deve passar também pelos valores e sentimentos positivos que precisamos reconhecer em nós mesmos. A obsessão pela imagem então passa a ter um significado ligado exclusivamente à estética.

Ainda falando sobre tal obsessão, a partir de que ponto ela passa a ser prejudicial para as pessoas? Toda e qualquer obsessão é prejudicial às pessoas, pois foge à normalidade e faz com que o indivíduo passe a viver em função de algo, exclusivamente, canalizando toda sua energia para um único foco e, consequentemente, deixando de experimentar as demais situações importantes para sua vida.

A mídia influencia muito este quesito de imagem e auto-imagem. Em sua opinião, como essa influência afeta o psicológico, principalmente, dos jovens hoje em dia? A mídia sobrevive dos anunciantes e consequentemente está a serviço do consumo e isso não significa dizer que não existam veículos de comunicação éticos ou sérios. Acredito que a influência direta resida no estímulo ao consumo exagerado, ou seja, consumir além do que se necessita, gerando cada vez mais uma sociedade descartável e superficial. Acho que isso afeta o psicológico dos jovens, pois o reforço à superficialidade e ao descartável estimula a valorização do que é apenas estético, perfeito, consumível pelo que se vê. É a valorização do ter em detrimento do ser.

Quanto à padronização da imagem, apoiada de certa forma pela mídia, é possível dizer que a sociedade se desenvolveria melhor se ela não existisse? Não vejo a padronização como algo negativo na sociedade, uma vez que em alguns ambientes ela é inclusive necessária. Acho apenas que o padrão que esmaga a individualidade e exclui indivíduos desta sociedade é perverso e adoece pessoas.

Qual a sua opinião sobre o padrão de beleza imposto sobre a sociedade atualmente? Não vejo muito como opinar sobre o padrão de beleza imposto sobre a sociedade atualmente. Pessoalmente não vejo como algo belo, pois acho a magreza excessiva feia.

Em sua opinião, o que levou a sociedade a atingir o atual estado em que ela está agora, com relação à imagem e à auto-imagem? Vivemos numa era onde a “PRESSA” comanda tudo. A velocidade das informações é instantânea no planeta, a valorização da estética, do superficial, do externo é grande e a prática virtual impera. Estes fatores, entre outros, contribuem para que as pessoas e as famílias em especial não aprofundem questões mais importantes e subjetivas que tratem de valores, sentimentos e conduta, adotando posturas que valorizem o rápido, o descartável, o superficial. Aí é que a auto-imagem fica comprometida, pois a sociedade consumista e apressada gera indivíduos superficiais, sem senso crítico e extremamente vulneráveis aos valores de terceiros.

Algumas doenças são resultado da busca das pessoas pelo o que elas acreditam ser o “ideal de beleza”. Você poderia descrever algumas delas? Posso citar a bulimia, anorexia e outros distúrbios alimentares que apresentam ligação direta com a magreza, padrão extremamente valorizado atualmente. Ambos residem no fato de não se alimentar de forma adequada, deixando de ingerir ou rejeitando o que for ingerido pelo organismo.

Se a sociedade continuar apegada a esse padrão de beleza, o que você acredita que possa acontecer no futuro? Os padrões de beleza sempre existiram em toda a história da humanidade e em cada cultura específica. O problema reside no exagero, na alienação, no comprometimento da saúde, na exclusão dos que não seguem o padrão. Temo pelo futuro, mas não em função do padrão atual, mas em função da falta de senso crítico e da irresponsabilidade, pois se o padrão passar a ser outro o risco é o mesmo, pois as pessoas continuarão fazendo absurdos para atingi-lo


Você acha que ainda existe salvação para a sociedade atual? Por quê? Não acredito que a nossa sociedade esteja perdida, no sentido de não ter mais salvação, mas sim no sentido de estar sem norte, sem alicerce, sem base. Isso sim que precisa ser reconstruído, resgatado.


Quais, em sua opinião, são as atitudes que devem ser tomadas com maior urgência para ao menos amenizar o atual estado da sociedade? Estarmos atentos aos nossos valores e ao que ensinamos aos nossos filhos é a principal de todas.

Por fim, o que você acha que a humanidade, como um todo, deva fazer para resolver este problema? Acho que a humanidade precisa se voltar para o verdadeiro sentido da vida. Voltar a valorizar o ser e não o ter, colocar o relógio a seu serviço e não ser escravo dele, pensar que o amanhã é sempre futuro e que deixamos de viver o presente em função dele... Acho que isso já é um bom começo!

Influencia da mídia e padronização“

“A mídia é uma das maiores fontes de poder do mundo atual, sendo capaz de mobilizar milhares de pessoas com umas poucas imagens e gestos”.

A mídia influencia consideravelmente o comportamento das pessoas, principalmente os jovens e poucos instruídos. A padronização da sociedade é de grande interesse da mídia, considerando-se que uma massa uniforme é muito mais fácil de ser conhecida e assim manipulada para o modo de vista capitalista.
Com o passar dos anos, o mundo vem se envolvendo e necessitando de tecnologias para continuar no mesmo padrão de vida que atingimos. Já não sabemos viver sem essa tecnologia: televisão, computadores, MPs, câmeras digitais, jornais. A mídia estabelece padrões de vida e consumismo a todo o momento, montando padrões de vida que se fazem como os corretos, como moldes a serem seguidos por todos. A influência da mídia no cotidiano das pessoas pode fazer com que ela deixa de ser o que realmente é seus padrões, sua criação para estar na “moda” naquele momento. Fazendo-as gastarem, muitas vezes sem poder, gerando o consumismo compulsivo. Para andar e estar dentro dos padrões que a sociedade estabelece, pessoas esquecem tudo e fazem de tudo para estarem e serem como aqueles moldes feitos pela T.V.
Está provado que a beleza é um fator muito importante na sociedade e que a falta dela pode causar dificuldades, assim como a busca pela beleza pode gerar transtornos psicológicos e doenças físicas. As discriminações e preconceitos surgem da valorização excessiva do "corpo perfeito" que os meios de comunicação instituíram e reforçam todos os dias. Nos shoppings e em muitos outros segmentos não se encontram atendentes que não sejam bonitas e atraentes, o que mostra que os menos bonitos, ou feios, são excluídos de muitas oportunidades, principalmente de empregos e salários.
Para as pessoas que se preocupam com a beleza e sabem que a sociedade cobra um padrão perfeito, os procedimentos mais eficazes estão sendo deixados de lado. Com a falta de exercícios, a alimentação irregular, nada saudável, e a pouca ingestão de água, fica impossível ter uma boa saúde e um corpo magro. Como esses "padrões" estão constantemente em pauta nos meios de comunicação, as pessoas que, por falta de tempo e dinheiro, não mantêm uma vida saudável, sentem-se frustradas por não alcançarem as metas estabelecidas.
A mídia, na maioria das vezes, enfoca regimes, tratamentos e remédios milagrosos, mas não explica à sociedade que o mais importante é a regularidade, o equilíbrio e a persistência em hábitos saudáveis. Por outro lado, também sabemos que nos dias atuais não é fácil manter uma vida equilibrada. Tudo na sociedade leva as pessoas a não terem tempo e cuidados consigo mesmas. Nesse turbilhão da vida contemporânea, os indivíduos são esmagados por diversas forças: a indústria "do engorda", da "geração saúde", do "emagrecimento" e dos "padrões idealizados", todos visando a vender seus produtos e utilizando os meios de comunicação de massa para fazê-lo. As pessoas ficam sem saber para onde ir e o que seguir, daí surge os inúmeros problemas que estamos abordando.
A diversidade de metas corporais a serem atingidas, divulgadas pela mídia, deixam as pessoas sem saber para onde ir. O resultado é frustração, que leva aos problemas psicológicos, que por sua vez levam aos problemas físicos. A beleza é necessária na sociedade. É muito bom apreciar o que é belo, mas a mídia vem, cada vez mais, banalizando este fator e, o que é pior, impondo-o a toda a sociedade como um padrão. A beleza, assim como a arte, não pode e não deve ser padronizada.
Nas revistas, principalmente as de estética, a cirurgia plástica é constantemente citada e incentivada através de matérias com depoimentos de artistas, de médicos e de pessoas que transformaram suas vidas por causa das cirurgias, o que não é uma verdade. De todos os métodos existentes para modelação e melhoria do corpo, os cirúrgicos são os que têm resultados mais imediatos, porém, têm seus riscos. Mas o pior não é nem o risco de saúde ou de morte que toda cirurgia traz. Os preços das intervenções plásticas são altos e não é acessível para a maioria das pessoas, o que também gera frustração.
Talvez o pior dos fatores relacionados à plástica seja a eterna insatisfação que ela, por ser tão propagada pela mídia, traz às pessoas. A maioria das pessoas que faz uma plástica nunca faz só uma vez. Acabam se viciando nas mudanças e a busca por beleza rápida torna-se um ideal de vida. Muitas delas, por realizarem várias plásticas, acabam perdendo totalmente suas características físicas e psicológicas – tornando-se outras pessoas, em grande parte vazias.
A mídia, como pensávamos, insere com muita persuasão seus modelos estéticos. Os preconceitos e discriminações mostram como a padronização dos corpos ou a ditadura da beleza, divulgados pela mídia, constroem mitos na sociedade. Esses mitos, não alcançáveis, agravam o mal-estar social que já existe pela diferença de classes. As revistas, com suas reportagens e propagandas subliminares sobre beleza, aparentemente inocentes, reforçam as exclusões sociais, o que torna a vida mais difícil, principalmente para as classes baixas, que têm menos acesso, tempo e dinheiro para melhorarem a aparência.

O dilema da beleza tem solução? - As possíveis soluções para um mundo cada vez mais padronizado e que já estão sendo postas em prática.

É fácil dizer com o que estamos insatisfeitos em relação ao nosso corpo, sempre queremos ajeitar isso, mudar aquilo e no meio de tantas tecnologias novas para concertar as inúmeras imperfeições é difícil enxergar o que já está bom. Essa miopia e eterna insatisfação com a aparência são os frutos da corrida para alcançar o padrão de perfeição. Porém este “padrão” não nós é autêntico, em outras palavras, na maioria das vezes que achamos alguma coisa bonita, não é porque realmente gostamos, mas porque nos mandaram gostar, no caso a mídia.

Em resumo é ela, a mídia que dita às regras, regras sim, pois que não as segue é severamente punido com a exclusão social. As modelos e atrizes são a materialização dessa ditadura: magras, altas, cabelos lisos, olhos claros. Mas porque não valorizar a diversidade ao invés de contemplar um exército de clones?


Whitney Thompson a vencedora do Americas Next Top Mode diz: “Beleza é aceitação. Isto é ser bom com as outras pessoas e aceitar a si mesmo”
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvkHU2o7dVudeUnghOjeGC0d6v6_c85-vbaQ-HZiajNO82Y51kFs1OPUAa7suEFcXCymw3R_v3atLmNtJiag-WuQDvsV18HydQiAv9unWz0ho2HF8r9EwZkGkIaJXFjcN0x30f1wltRwiO/s1600-h/big2.bmp




A resposta a essa pergunta está na própria mídia que há pouco tempo tem se empenhado para promover campanhas e divulgar a beleza da “mulher real”. Apesar de esta ser mais uma jogada de marketing, não deixa de ser uma forma de crítica e de incentivar as pessoas de gostarem de si como são. Vale lembrar que a auto-estima não deve vir dos outros, pois como o próprio nome já diz de vê ser algo que vem de você, pois as mulheres que sentem bonitas ficam mais bonitas!

Hoje muitos programas de televisão e propagandas publicitárias têm em sua composição pessoas não tão magras, um exemplo disso é o reality show americano Americas Next Top
Model onde candidatas a modelo participam de competições para se tornar a mais nova modelo assinando um contrato com uma grande agenciadora. Em edições mais recentes o programa trouxe garotas de manequins maiores do que os de costume. A vencedora da décima edição Whitney Thompson tinha curvas definidas e peso bem longe de ser o de uma modelo magérrima de passarela. A modelo que foi entrevistada pela revista americana Seventeen, muito popular entre adolescentes, fez questão de afirmar que não importa o tamanho de sua roupa, mas se a pessoa se sente bonita e complementou “Eu não desfilo para melhorar minha carreira – mas para mudar a indústria. Eu não vou parar até mudar isso.”


Chloe Marshall, manequim 42, é candidata ao posto de Miss britânica

Fonte: site Ego
Outra a quebrar os padrões foi Chloe Marshall, 17 anos, manequim 42, 80 quilos e candidata a Miss Inglaterra. Ao tirar fotos em trajes de banho ela não se sentiu intimidada e disse que ama seu corpo. Em entrevista ao Daily Mail afirmou: “As pessoas parecem desesperadas para me verem falar que não estou feliz e que preferia ser magra, mas o fato é que não me mudaria de jeito nenhum.”

O filme Hairspray (2007), tem como atriz principal Nikki Blonsky, que também atuou em Uma rainha diferente (Queen Sized), ambos os filmes abordam a questão das aparências, além do preconceito com pessoas gordas. A marca Dove lançou propagandas com “mulheres normais”. O slogan da campanha “real beleza” tenta mudar a percepção bastante distorcida das mulheres, que não são poucas, de que a beleza só está nas “mulheres perfeitas” de comerciais.

Os exemplos ainda são poucos, por isso é preciso que haja um espaço maior para os diferentes tipos de homens e mulheres neste meio para que as pessoas possam se identificar com eles e perceber que também pode ser bonitas. Outra coisa fundamental é a capacidade crítica das pessoas, pois é preciso filtrar tudo que a mídia nos impõe, inclusive os padrões de beleza, além é claro de se sentir bem consigo mesmo.
A mídia pode sim contribuir ao realçar o que há de diferente, como foi visto, mas não existe uma única solução e nem uma receita caseira para se achar bonita, é preciso força de vontade e capacidade de perceber as suas qualidades e defeitos.

È bom lembrar que o dilema da beleza não é um problema individual, mas da sociedade atual como um todo. As maquinas já foram padronizadas, os produtos já foram padronizados, os serviços também já foram padronizados e agora estão tentando nos padronizar, então o que restará de nós?

Beatriz Kawasaki Meneses



Imagem e auto-imagem: Quando começou? - “Um pouco sobre a origem desse tema tão importante para a sociedade”.

O tema da auto-imagem não é recente nas ciências humanas. Ele se iniciou no século XVI na França, com o médico e cirurgião Ambroise Pare.
Ele constituiu um dos aspectos mais centrais das ciências humanas do conhecimento, a relação individuo-sociedade. Na Psicologia Social, recebeu mais destaque desde a perspectiva do integracionismo simbólico e, a partir dos anos 80, com os estudos sobre o individualismo e o coletivismo, fez-se mais popular. Embora tenha surgido em meio aos estudos trans – culturais, não tardou em ser reconhecido como um construto que fala mais das pessoas do que das culturas.
O protótipo da auto-imagem independente e interdependente, proposto por Markus e Kitayama (1991), demonstra sua importância e seu poder explicativo em âmbitos diversos como a cognição, a emoção e a motivação. As pesquisas nas quais estes construtores têm sido utilizados como fatores explicativos vão desde o processo de comunicação, o contagio emocional, a auto-estima e o sentimento de constrangimento. Quando uma pessoa vê nas revistas, televisões e outros meios de comunicações, que está bonita é estar na moda e isso e aquilo e quando ela não pode ter o que os padrões de beleza exigem. A pessoa tende a ficar deprimida, ela vai se achar excluída da sociedade e isso acaba com a sua auto estima e consequentemente a pessoa acaba se excluindo com medo de ser rechaçada.
Embora o conceito de auto-imagem pareça tautologia, expressando a percepção que a pessoa tem de si, envolve elementos que necessitam ser diferenciados. Para alguns autores até três tipos principais de auto-imagem podem ser identificados: uma dimensão individualista do eu, reunindo conceitos como independente, autônomo e separado; outra denominada coletivista, que acentua as relações entre o individuo e a coletividade; e uma terceira dimensão que recebe o nome de relacional, cujos focos de atenção são os indivíduos entre si. Não obstante, parece mais parcimoniosa e teoricamente constante, a clássica definição que prediz dois tipos de auto-imagem, não exatamente expressando conteúdos opostos ou conflitantes: independente e interdependente (ou eu privado/individual e eu público/social).